segunda-feira, 29 de março de 2010

Saindo dos trilhos.

Não o vejo há 6 dias. Não ouço a voz dele pelo mesmo período.
Me arrependi. Mas o que eu fiz surtiu efeito, então. Eu não vou ligar, eu não vou ligar. Não.
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Ela quis me magoar, eu sei. Até conseguiu. Eu sei que ela deve estar morrendo por não ter me visto esses últimos dias. Aposto que ainda vai ligar.
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O telefone toca.

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X: Eu sabia.

Y: Não sabia nada.

X: Qual é a sensação de me ouvir de novo?

Y: Confesso que é a melhor dentro do possível.

X: Dentro do possível?

Y: É. Ou você queria fazer mágica?

X: Sempre engraçada.

Y: Ok. Eu te perdoo.

X: Pelo menos não precisei pedir pra isso.

Y: Não pediu pra eu te amar também.

X: É. Você também não.

Y: Algumas coisas não saem conforme o plano, né?

X: Sim. Nesse caso, tudo.

terça-feira, 23 de março de 2010

Os impulsos dela.

Eu não costumo pensar antes de fazer algo. Ainda mais quando estou magoada. Não penso, apenas faço. Deve ser por isso que tudo complica pra mim.

Deve ser por isso que eu procuro magoar.
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X: Ele esteve aí, não é?

Y: E qual é o problema?

X: Você sabe o que isso faz comigo.

Y: Nós nunca tivemos nada.

X: Eu sei.

Y: Então qual é o problema?

X: Você não me perdoa.

Y: Quem sabe um dia.

X: Não vem com essa.

Y: Não aja como se eu fosse te ouvir.

X: Eu sei que não vai.

Y: E para de agir como se me conhecesse muito bem.

X: Você é previsível.

Y: Você é idiota.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Nobody said it was easy.

Há coisas que guardamos pra nós.
Queria ficar e ouvir sua voz por mais tempo.
Queria ficar e sentir mais do seu abraço.
Queria ficar e ver você sorrir.
Eu fiquei. Você quem foi embora.
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X: Desculpa. Não queria que tivesse sido assim.

Y: Você nunca quer nada.

X: Isso não é verdade.

Y: Você disse que foi exatamente do jeito que tinha que ser.

X: Difícil.

Y: Ninguém disse que seria fácil.

X: Eu vim pra tentar fazer ser do seu jeito.

Y: Está sendo. Do nosso jeito. Você quem começou.

X: Não queria magoar você.

Y: Já disse, você nunca quer nada.

X: Você faz parecer um jogo.

Y: Foi você quem quis brincar.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Como se alguém se importasse.

Eu finjo que não me importo. Mas a verdade é que, por dentro, estou me importando de uma maneira tão angustiante que prefiro demonstrar que não me importo. Depois, acabo me entregando.
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Y: Oi.

X: Oi. Como você tá?

Y: Qual é, não vai agir como se nada tivesse acontecido, né?

X: Não aconteceu. Por que você insiste?

Y: Você sabe que me deve uma explicação.

X: Do que?

Y: De nada.

X: Então.

Y: E como você está?

X: Agora você quer agir como se nada tivesse acontecendo?

Y: Não está.

X: Me ligou pra quê?

Y: Pra dizer que tô com saudade.

X: Do que?

Y: Do que não aconteceu.

sábado, 13 de março de 2010

"Acabou".

X: Acabou.

Y: Como assim? E todas as coisas de antes?

X: Não tem mais antes. Agora é agora.

Y: Mas ontem...

X: Ontem faz parte do antes. Estou falando do hoje.

Y: Eu não entendo você.

X: Nunca entendeu nem vai entender.

Y: Só porque você não me dá oportunidade pra tentar.

X: Já tentamos. Não deu certo.

Y: Porque você não quer que dê.

X: Não me importo.

Y: Pois então nem eu.

X: Era mesmo pra ser desse jeito.
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"Acabou".